Este gostar tão meu

25.6.13


Não, não me vão ler queixar do tempo, pelo menos não deste tempo, extremado, como eu na essência mais genuína, que é também a minha veia, costelas, alma alentejana.

Já tinha saudades, muitas saudades, de sentir as coisas como as aprendi a sentir, como só as sei reconhecer lá, no meu Alentejo.

Ontem, quando lá cheguei, às 9h o carro marcava 33ºC. Sair do carro e sentir o ar forte e tão quente que adivinha um dia de Verão, o quente do Sol na pele, o ritmo das pessoas, as cores, a força, a memória tão vívida de tudo o que sou. Tão bom! Levou-me  a demorar-me um bocadinho a tentar absorver tudo antes de mergulhar num dia de trabalho só com pausa para almoço, em que o termómetro do carro ditou os 45ºC, e final perto das 20h.

No regresso a casa lamentei, lamento sempre, que os meus filhos não tenham nascido lá. Sinto sempre a urgência de lhes poder passar o sentir das coisas, a beleza do extremo em tudo, a força de se ser e principalmente de se saber ser. A poder aceitar o muito calor e o muito frio e a saber tirar o melhor de tudo isso.

Deus queira que lhes consiga ensinar o que eu não sei se fora do Alentejo se consegue aprender.



1 comentário:

  1. :D diz quem é alentejano de alma e criado no centro de gigantescas cidades ,que há coisas que nos estão gravadas no ADN. E esse ser alentejano dá-nos as raízes e as pessoas que amamos.
    O restante é saudade dos campos de ouro!

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